quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Reforma Protestante: 495 anos depois

 
No dia 31 de outubro, comemorou-se os 495 anos da Reforma Protestante, um dos maiores acontecimentos da história da Igreja, pois recolocou boa parte dos cristãos no caminho de retorno à Palavra de Deus, ao cristianismo bíblico. Porém, infelizmente, muitas igrejas que se dizem evangélicas têm vivido um verdadeiro retrocesso em relação aos princípios do protestantismo. Se não, vejamos. O que é ser protestante?
 
 Ser protestante é pregar e viver os princípios bíblicos da Reforma. Quais são eles? Os principais são Sola gratia (só a graça), sola fide (só a fé), sola Scriptura (somente as Escrituras) e sola Deo gloriae (somente a Deus a glória). Esses quatro lemas básicos sintetizam as verdades de que a salvação é apenas pela graça de Deus, mediante a fé; Jesus é o único mediador entre Deus e os homens; as Sagradas Escrituras devem ser a nossa única regra de fé e prática; e só Deus deve receber adoração.
 Nós, protestantes, não aceitamos o confessionário, o jejum nos moldes clericais e o celibato compulsório. Com base no que nos ensina a Palavra de Deus, não reconhecemos o primado e a autoridade papal (reconhecemos o papa apenas como um líder religioso, mas não como o representante (máximo) do cristianismo nem muito menos reconhecemos seus ensinos como infalíveis, seja quando fala ex catedra ou não, ou mesmo em seu ofício de “repetir o magistério ordinário”).
 
Não reconhecemos também o culto a Maria, mãe de Jesus, ou aos santos. Repugnamos a venda de indulgência (perdão) ou bênçãos, quaisquer que sejam; a supersticiosidade e o uso de iconografia na adoração (imagens); a canonização de cristãos e a salvação pelas obras; o mercantilismo da fé; a idéia do purgatório e orações ou cultos pelos mortos. Dos sacramentos ministrados pela Igreja Romana, só administramos, pela Bíblia, como ordenança o batismo e a Santa Ceia, que não tem o mesmo significado liturgia da eucaristia católica romana. Quanto ao batismo, há igrejas protestantes que se assemelham a Roma neste ponto, no que concerne à execução, mas não são maioria.
 
 Diante disso, é triste ver que igrejas neopentecostais, que muitas vezes se apresentam como protestantes, pregam princípios que chocam-se com pontos básicos e inegociáveis do protestantismo. Não seria a promessa de felicidade, bênçãos e vitória através de uma contribuição financeira mais que generosa a volta do princípio da venda de indulgências e bênçãos? Não seria o uso de elementos como galhinho de arruda, sal grosso e copo d’água na liturgia uma volta ao misticismo medieval, tão condenado pelos reformadores? A teologia da maldição hereditária e da prosperidade não seriam um vilipêndio à doutrina da graça?

 Fonte: Jornal Mensageiro da Paz

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