quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Três pastores permanecem detidos no Laos

 
O cristianismo é uma religião minoritária no Laos. O maior grupo cristão é da tribo khmu; a maioria das igrejas está na zona rural. O país ocupa o 12º lugar na classificação de nações que mais perseguem os cristãos.
 
 Após a transferência de três líderes cristãos do Laos – pastores Bounlert, Adang e Onkaew –, do distrito Phin para a prisão da província de Savannakhet, ao sul do país, em 17 de setembro, autoridades descobriram que suas prisões não foram justificadas. Incapazes de encontrar base legal para mantê-los detidos e por estarem sob a pressão de superiores, os pastores foram libertados e escoltados de volta para suas casas, em 10 de outubro.
 
 Os familiares foram informados da sua liberação, porém, os três não chegaram a seus respectivos lares. Eles realmente voltaram para Phin, mas continuam a ser vítimas de assédio, dificuldades e ameaças até hoje. As autoridades distritais de Phin, supostamente, buscam por mais provas para acusá-los.
 
 Em 18 de outubro, o chefe e os anciãos da aldeia Allowmai, juntamente com a família do pastor Bounlert, foram convocados a comparecer na sede de polícia local. Lá, o chefe da aldeia não-cristão e os anciãos exigiram que o pastor Bounlert e os demais cristãos fossem submetidos a um ritual animista (referente a todos os elementos do Cosmos: Sol, Lua, estrelas), fazer um juramento com "água sagrada", a fim de continuar morando na vila.
 
 Líderes cristãos da província de Savannakhet acreditam que a polícia está recorrendo ao ritual tradicional local com o objetivo de forçar os cristãos a negarem sua fé, já que foram mal sucedidos em uma ação legal contra eles.
 
 Os três pastores rejeitaram a participação no ritual. Eles sustentam que faz parte de seus direitos legais e constitucionais serem cristãos livres em Laos. No entanto, as autoridades do distrito e da aldeia não compartilham dessa visão.
 
 Em 4 e 5 de outubro, anciãos da aldeia de Vongseekaew, também no distrito Phin, tentaram forçar cerca de 50 cristãos (que compõem 13 famílias) a participarem de rituais animistas tradicionais, fazer juramentos e beber "água sagrada", feita a partir de encantamentos. Ao tomarem parte nos rituais, cristãos seriam vistos como declarando, publicamente, que estão aderindo à religião tradicional da aldeia e seus costumes, seguindo o caminho de seus espíritos ancestrais, abandonando assim a fé cristã.
 
 Os anciãos sustentaram que o direito de residir na aldeia seria entregue somente às famílias que se submetessem aos rituais. Depois de inúmeras tentativas, cristãos continuaram recusando-se a participar dos rituais. Os anciãos, em seguida, declararam que estes tinham, portanto, perdido o direito de viver na vila Vongseekaew e precisariam deixar a aldeia imediatamente.
 
 Dias depois, autoridades do Laos deram continuidade à perseguição aos cristãos, ameaçando destruir suas casas se eles continuassem a se recusar a submeter-se aos rituais e, assim, deixar de seguir a fé cristã.
 
A situação é revertida em uma aldeia, mas piora em outra
 Nos dias 8 e 9 de outubro, porém, o chefe do distrito Phin, o escritório de assuntos religiosos, e a polícia militar organizaram uma reunião pública na vila. O chefe do distrito declarou então, que moradores de Vongseekaew poderiam aderir livremente a qualquer religião de sua escolha, incluindo o budismo, o cristianismo e o animismo. Ele instruiu para que ninguém fosse perseguido por causa de sua escolha religiosa.  Desde então, as coisas têm estado mais tranquilas em Vongseekaew e os cristãos mantiveram a sua fé.
 
 Há oito quilômetros dali, na vila Allowmai, porém, autoridades ainda estão tentando coagir os cristãos a submeterem-se aos rituais e abandonarem a fé. A polícia de Phin continua com as ameaças de manter os pastores Bounlert, Adang e Onkaew na prisão por dois ou três anos a mais, já que os cristãos em Allowmai não negaram sua fé.
 
 O país comunista Laos tem cerca de sete milhões de habitantes, a maioria (67%) é budista. Os cristãos constituem cerca de 2% da população, dos quais 0,7% são católicos.

Fonte: Portas Abertas

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